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13/03 Bicentenário
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Em 15 de março de 1824, na cidade de Richelieu, oeste francês, com uma população na
época de 2817 habitantes, nasce João Júlio Chevalier. Sendo o terceiro filho de Jean-Jules
Chevalier e Louise Chevalier. Seus pais eram cristãos e muito honestos, de uma família marcada
por uma grande piedade. Sendo de origem humilde, gozavam de um modesto bem-estar, o
trabalho, a disciplina e a economia faziam prever dias ainda melhores.

Já sonhavam com um futuro promissor para os filhos, mas infelizmente não contavam
com a doença e os revezes que, efetivamente, lhes sobrevieram, tornando as coisas mais difíceis.

Ele aprendeu muito com seus pais. Sua mãe era muito religiosa e o educou com valores humanos
e cristãos, aprendeu dela o bom humor; já do pai herdou o gênio impetuoso.
Assim o Bicentenário do nascimento do Pe. Júlio Chevalier, nasce no coração de nossas entidades que compõem a Família Chevalier. Sendo um sinal profético e missionário, da vida
testemunhada, consagrada e celebrada do Pe. Chevalier. Se tornando um momento oportuno, de
retornarmos não só a Issoudun, mas de maneira anamnéstica ao berço de nosso Fundador, na
simples cidade de Richelieu.

É preciso refazermos nossos caminhos nos passos de Chevalier, revisitar sua história:
infância, adolescência, família, criação simples, experiência de fé, sua motivação vocacional, o
momento e a realidade histórica e eclesial que viveu. Nos é necessário dar o salto não somente
histórico, mas afetivo na vida de nosso Fundador. Ingressarmos como peregrinos itinerantes em
sua caminhada, que também é nossa.

Tema do Bicentenário

Júlio Chevalier, um homem de coração ardente
O tema escolhido para o Bicentenário do nascimento do Pe. Júlio Chevalier, possui dupla
inspiração, conciliando nossa fonte mais completa sobre a vida de nosso fundador, a obra clássica do Pe. Cuskelly – Júlio Chevalier, o Homem e sua Missão. Simultaneamente em união na
caminhada com a Igreja no Brasil, que vive o seu 3º ano vocacional (2022 – 2023), com o lema:“Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32 – 33). Assim o “seu sentido está em favorecer que cada pessoa acolha o chamado de Jesus como Graça, de maneira que mais corações ardam e que os pés se ponham a caminho, em saída missionária” (Texto-base. Ano vocacional 2022-2023).
Pe. Cuskelly, ao reler a história de Pe. Chevalier, concluiu que a missão herdada de nosso
fundador é: ser no mundo o Coração de Deus.
O fato de nossas famílias religiosa subsistirem até hoje, é sinal de que esse Dom que foi
dado ao nosso Fundador encontra eco no mundo atual. É um carisma que se atualiza, que
encontra respaldo nos desafios missionários contemporâneos. Por isso podemos olhar para o Pe. Chevalier como um homem para além do seu tempo. Embora tenha vivido conforme a sua
cultura, sendo um sacerdote conforme as prescrições da Igreja de sua época, ele tinha um olhar
para frente, para vislumbrar a possibilidade de que sua herança espiritual e missionária pudesseatravessar o tempo e chegar a todos os rincões desse planeta. O fato das congregações:
Missionários do Sagrado Coração e Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, atualmente
serem compostas em sua maioria por religiosos(as) asiáticos(as) demonstra o quanto nosso
fundador estava correto no lema que nos deu: Amado seja em toda parte o Sagrado Coração de
Jesus .

Fazer memória da vida do Pe. Chevalier é recordar um homem que durante mais de 50
anos esteve à frente de uma comunidade religiosa por ele fundada e que dele herdaria esse
enorme patrimônio espiritual e missionário. Pe. Chevalier viveu para Deus, viveu no amor ao
Sagrado Coração de forma leal e sobretudo sendo fiel os conselhos evangélicos que ele professou.

Foi um homem de oração intensa, de Pastoral e de atendimento ao povo e de cuidado paternal com seus filhos e filhas espirituais. Viveu pobre e morreu pobre. Quem o conheceu pessoalmente deixou-nos testemunhos que Pe. Chevalier era um Santo. Não duvidamos disso, afinal “pelo fruto se conhece a árvore”.1

O Lema do Bicentenário

Discípulos Missionários com um coração novo
O lema escolhido para nos ajudar a nortear o caminho do Bicentenário, está alinhado com
o compromisso da Igreja na América Latina e Caribe, expressos no documento de Aparecida
(2007). Que convida a Igreja latino-americana a tomar uma postura de discípulos missionários
frente as demandas do mundo. O Documento apresenta a exigência do compromisso missionário
de toda a comunidade. Ela sai ao encontro dos afastados, interessa-se por suas situações, a fim
de reencantá-los com a Igreja e convidá-los a novamente se envolverem com ela.
2
O Documento de Aparecida apresenta uma teologia cristocêntrica que acentua a união do
discípulo com o Mestre. Os discípulos missionários são chamados a fazer outros discípulos
missionários. A missão universal, sem fronteiras é ir onde a Igreja ainda não está presente.3
Assim, todas as Igrejas locais, congregações e associações de leigos, têm a mesma missão da
Igreja universal, como horizonte constante de todo o trabalho pastoral.
O lema do Bicentenário, fala diretamente ao coração de nosso carisma e de nossa missão:
“um coração novo”. Iluminada pela inspiração profetiza de Ezequiel: “tirarei de vosso peito o
coração de pedra, e colocarei um coração de carne” (cf. Ez 36,26). Somos convidados a uma
conversão do coração, para gerarmos uma conversão pastoral na Igreja. Nos situando na esteira
da sinodalidade, como discípulos missionários do Coração de Jesus, sendo “um coração novo,
para um mundo novo”4. Nosso carisma é um acesso inexaurível, da grande fonte inesgotável do
Coração de Jesus, como relata nosso Fundador “do alto do calvário vejo nascer um mundo novo”5,
desse Coração em chamas emana o remédio para os males de nosso tempo.