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15/03 Crença, Fé ou os dois?
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Amado seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus! Eternamente.

Estimados irmãos e irmãs, após um tempo eis que estou de volta. Lendo alguns escritos sobre a Teologia Espiritual e refletindo a vida eclesial neste tempo de pandemia, pensei em adentrarmos este campo vasto e extremamente rico da Igreja. De fato, é absurdamente maravilhoso verificar e sentir todo patrimônio acumulado nestes séculos. Em especial na Vida Religiosa Consagrada são inúmeros os exemplos de uma espiritualidade fecunda e encarnada. Forte é constatar que esse patrimônio não é exclusivo a clérigos ou consagrados (as), mas sim extensivo a todos os cristãos. Necessário é antes de tudo, amadurecer e potencializar a escolha pelo projeto do Reino. Saber diferenciar entre crença e fé, para encontrarmos o nosso lugar neste projeto é fundamental em nosso tempo.

Crença é uma palavra que deriva do latim, credentia ou credere que significa acreditar. No campo religioso ela se aplica a elementos que compõe uma determinada religião em sua vivencia. Analogamente a crença pode estar ligada ainda a religiosidade já que esta ultima tem um ápice e depois um retorno ao estagio anterior, ou seja, expressa conceitos e formas ligados a ritos, dogmas, leis e outros… expressões essas tipicamente ligadas a religião.

Fé é um termo que também origina-se no latim, Fidelitas ou Fides e significa adesão ou fiel, derivando dai a palavra fé. Obviamente o conceito fé esta ligado ao campo religioso, não estritamente, mas preferencialmente; subentende-se assim que ter fé significa demonstra-la em formas e ritos. Contudo, fé é uma experiência que se antecipa, é dizer, vem antes da crença que esta intrinsecamente ligada à religião. Dado este entendimento de fé e a importância da mesma enquanto experiência percebe-se que por detrás esta uma paixão ou sabor que move a vida e os sentimentos, antes mesmo disso ser nomeado institucionalmente.

Por isso, diante das circunstancias e os sentidos sondados, conclui-se que tanto a crença quanto a fé são necessárias para uma espiritualidade sadia. Chega-se a esse entendimento porque espiritualidade é aquilo que produz mudança interior, equilíbrio, qualidade na vida e ações; e ambas as realidades somam de maneira inestimável para o cultivo de uma espiritualidade permanente e transformadora. Acredito e verifico isso na minha vida pessoal e pastoral, eu que fiz a opção pelo Cristianismo Católico, presencio isso nas palavras de Karl Ranner: “Ou o cristão do novo milênio será um místico ou não será um cristão”. Deste modo, testemunho que a espiritualidade cristã, alimentada pela fé e crença se constitui para mim um caminho de felicidade, realização e plenitude, pois me acarreta ganhos e atitudes que me moldam de maneira permanente, e eu a realidade que me circunda. Ser algo duradouro, eis a essência do cristianismo, expressão de fé e crença para a vida humana em sua totalidade. E você já refletiu sobre sua vida, sua espiritualidade, crença e fé neste tempo pandêmico? Não percamos o foco no essencial e nem deixemos de alimenta-lo. Deus te abençoe!

Pe. Rafael, mSC